Halloween

É verdade, é o meu primeiro halloween! E como estou curiosa, ontem carreguei uma amiga em busca de uma prometida sessão de pumpkins... pois, mas encontrámos a sala apenas com miúdos e sem material para escavar as ditas cujas! :((
Tristíssimas, íamos a sair quando nos deparámos com uma amiga da Karilyn (a minha amiga), que estava ali como voluntária, e nos obrigou a sentar numa mesa a construir uma varinha de condão! por mais estranho que pareça, divertimo-nos que nem duas crianças pequenas, e agora, tenho uma verdadeira Wand de Halloween para guardar nas minhas memórias americanas!

Será que alguém vai tocar à minha porta? Estou aterrada.. não tenho um único doce em casa...

Bom Halloween!

semana atribulada

é verdade... esta é uma daquelas semanas em que nem vou acreditar quando chegar ao fim. entre reuniões com orientadores, decisões sobre novas pesquisas e campos de trabalho, estou esgotada... sobra-me a fabulosa BD de Piled Higher and Deeper. um retrato acertado da nossa vida de estudante!
vejam em http://www.phdcomics.com/ e divirtam-se pelo menos o mesmo que eu!!!

Para quando o Apocalipse?

É verdade... para quando? É extremamente curioso para um historiador a maneira como algumas coisas se repetem na História, ou pelo menos, parecem fazê-lo. Não quero entrar nas questiúnculas relativas à linearidade ou ciclicidade do tempo, mas é notável como as coisas parecem ser semelhantes, especialmente, quando estão em causa grandes períodos cronológicos.
Fico furiosa quando altercam que a historiografia não é uma ciência... que não fazemos trabalho de laboratório, não lidamos com amostras, e muito menos providenciamos resultados passíveis de serem verificados. Mas como é que se faz isso quando o objecto de estudo é, em última instância o Homem, e o nosso laboratório bibliotecas e arquivos? Impossível diriam uns, mas eu contradigo. Afirmo que há espaço para demonstrar a prova, e que a prova não tem que ser obrigatoriamente feita de números ou resultados de experiências químicas. Não, o Homem é um objecto especial, e o estudo das suas vertentes social, antropológica, psicológica e cultural fornecem-nos dados impossíveis de obter num tubo de ensaio, e essenciais para a compreensão do Homem no Mundo. Sendo assim, cada vez que diminuirem o nosso trabalho em prol do que é feito num dito "laboratório científico", vão-me ter à perna a contestar.

Comecei por perguntar para quando o Apocalipse, não foi? É que a época que vivemos é tão semelhante em circunstâncias de caos e de tensão como aquelas em que a maioria dos textos apocalípticos foram escritos... Por isso é que eu dizia que a História se parecia repetir, não nos acontecimentos simples, mas nas condicionantes. Se olharmos para o nosso mundo e para aquilo que conhecemos do século II a.C. há coisas que nos são demasiado familiares... Recomendava a leitura de alguns livros de Flávio Josefo, boa leitura de cabeceira e uma óptima fonte de informação que pode até ser chocante na forma como relata factos que parecem pertencer ao nosso quotidiano.

Boa leitura!

mais água

e em todos os sentidos! Além de estar a chover, ontem à noite decidimos ir ver um filme à Med School e fartaram-se de meter água! Aliás, nem chegámos a acabar de ver o filme... a fita estava partida, o som, uma coisa medonhamente assustadora... pelo menos devolveram o dinheiro!

Esperemos que a Med School não funcione nestes termos! ;)

Árvores de Fogo

Semprei adorei a coloração encarnado fogo das árvores nesta região do globo na altura do Outono. Decidi começar a fotografar, e vou ir aqui deixando alguns exemplos.
Apreciem!

Coisas ridículas

Estava a ler os jornais nacionais, quando dei por mim e estava a seguir os desenvolvimentos da dita greve da função pública e a pensar que cada vez as pessoas são menos fiéis aos seus princípios. Na realidade, há uma maioria parlamentar eleita, e por mais que berrem que a campanha foi toda feita numa outra tónica, o facto é que escolheram o governo que têm. Como é que agora os mesmos eleitores já não estão contentes? A sério... acho isto ridículo. Se se seguissem todos os ímpetos populares, teríamos certamente eleições dia sim, dia não. Ridículo!

Ao mesmo tempo, as notícias são marcadas pelo anúncio da candidatura de Cavaco Silva. Quantas conjecturas, quantas notícias de meia linha. Esperemos pelo discurso. Estou curiosa. Até agora, tenho achado uma autêntica fantochada a recandidatura de Soares, e a falta de elegância no caso Alegre. A sério, Alegre tem primado pela coerência... é uma surpresa inesperada, onde a elegância e a educação têm primado. As sondagens também já o demonstraram. Veremos quais são os próximos capítulos.

Quanto a mim, preparo-me para mais aulas, e ir a uma international coffee hour... sim, é assim que se conhecem os colegas. Aliás, vou aproveitar para estar pela primeira vez com outra bolseira FCT. Irrita-me o facto de existirem mais e de nunca terem respondidos aos apelos do grupo ou do OISS para que nos reuníssemos no semestre passado. Outra coisa ridícula. Não seria antes o caso de nos unirmos, visto que somos meia dúzia de degredados?

Eu é que continuo agarrada a utopias.... voltemos então à apocalíptica!

Furacões e Noctívagos

Acabei de ser mimada com um mail da CNN por causa do Wilma que se está a transformar num furacão de categoria 4… péssimas notícias para todos nós. Para o mundo, e para mim porque provavelmente aí vem mais uma dose de chuva e mau tempo. Estou cansada de apanhar com o “rabo” de tanto furacão, que já lhes perdi a conta. Só espero não voltar a ter água em casa.

Mas estou contente. Por serem estas horas e por o trabalho se ter revelado profícuo. Sabe tão bem voltar a escrever qualquer coisa decente. Já tinha saudades desta sensação de bem-estar que se segue (eu sei que as analogias poderiam ser várias e variadas, mas não me apetece ir por aí). Sempre fui noctívaga, e andava com horários excessivamente diurnos para os meus hábitos. Pensar que são quase 7 da matina em Lisboa!!! Eheheh

Ao contrário do que precisava, o fim-de-semana foi uma miséria em termos de trabalho prático. Salvaram-se alguns pequenos detalhes, mas não são suficientes para apagar esse sentimento de frustração generalizado. Vou tentar partir para a escrita, e como o tenho que fazer em inglês, estou a equacionar se esta página se vai manter em português ou se passo a escrever em inglês. Bem vendo as coisas, há amigos de ambos os lados do oceano… Não sei. Estou muito indecisa. Vou continuar a pensar… enquanto durmo…

chuva em casa!

Quem me conhece sabe que a chuva não faz parte das coisas que contribuem para o meu melhor humor, especialmente quando me chove em casa! A sério... quem diria que iria chover num apartamento onde pago uma loucura de renda? Num dos estados com um nível de vida mais caro dos EUA? E têm a lata de me dizer que é do prédio ser dos anos 20! Ora, logo a mim que vivo numa casa com mais de 300 anos e que sei que se tem que fazer manutenção.

Estou a fazer um esforço para não pregar um sermão sobre a falta de manutenção e necessidade de isolamento das paredes... eu ainda lhes pago em moeda americana... a ver se compreendem como podem ser castigados pelo próprio sistema. Não se diz que aqui é que é o primeiro mundo? Ora valha-me a santa paciência. Quero a minha velha Europa de volta!

Linguarudos...

Mal ligo e computador e sou imediatamente descomposta por não ter dito que estava a escrever aqui... aaiaiaiaia... já não bastava a chuva lá fora. Felizmente, isso é um sinal de que os amigos, apesar de longe, estão aqui muito ao pé atentos ao que faço.
beijos para todos e um óptimo dia (para mim de constipação e de tentativa de escrita!!!).

Chuva que não pára...

É verdade, há três dias que a chuva não pára. Primeiro foi por causa dos rastos dos furacões que assolaram o sul dos EUA, agora é por causa de um frente fria que vem sabe-se lá de onde. Detesto dias cinzentos deste tipo... especialmente, quando ainda não há aquecimento e tenho que trabalhar. Mais, a minha constipação está igual à chuva: não abranda nem mete férias... E ainda por cima sinto-me zombie, mas tenho um texto para acabar. Quem me manda a mim meter-me em tantos sarilhos...

Loucura completa...

Não sei explicar, mas de repente no meio da gripe e do isolamento passou-me pela cabeça criar este espaço onde pudesse a um ritmo mais ou menos regular, ir anotando as minhas novas experiências. Talvez porque a chuva e o frio adivinham a proximidade de um Inverno longo cheio de neve, talvez porque a constipação me deturpa as ideias, o facto é que a loucura aqui está.
Confesso que o meu objectivo não é que leiam as minhas loucuras, mas antes que eu própria seja capaz de as compreender, socorrendo-me para isso da escrita. Catarse, quem sabe. Portanto, ninguém se admire se algum dia ler que estou com uma fúria ou que foi um dia fabuloso. São desses opostos que a nossa vida é feita, e a minha não é diferente.
Convém começar por me apresentar: Ana, 29 anos, bolseira FCT a fazer doutoramento em História e Cultura Pré-Clássica na Universidade de Lisboa e em Yale. ehehe (mais uma loucura) Pior ainda é o assunto que investigo: literatura apocalíptica judaico-cristã, tempos históricos que vão sendo criados, e a sua influência na cultura/sociedade ocidental. Digamos que neste meu pequeno objectivo só constam 1800 anos de história, ou seja, ainda muita água há-de correr debaixo desta ponte!
Como é que uma miúda vem parar a New Haven numa noite de Janeiro, debaixo de um imenso nevão sem sequer saber onde fica o apartamento e com um prof a dar-lhe boleia? Ainda hoje não consigo explicar como é que tudo aquilo aconteceu. Foi uma loucura de uma viagem (via Londres, que é para o que dá o orçamento da FCT), e pior ainda a busca do apartamento. Às tantas, o meu professor daqui já me dizia "we have an extra bed at our home, let's go!". Bonito não é verdade? Já não bastava o prof ter saído da cama para me ir buscar ao shuttle, quanto mais ainda ter que cravar dormida. Felizmente, lá apareceu o segurança com as minhas chaves. Se soubessem como hoje me arrependo de não ter aceite a oferta. Credo, entrei num sítio que nunca na vida tinha visto limpeza... dormi vestida e tomei banho calçada... pânico total com as malas à porta e uma decisão para tomar: fico ou não? Fiquei... e a aventura tem sido inacreditável, quase tudo ao mesmo ritmo, mas temos que ser honestos e dizer que aqui existem recursos como nunca sonhámos na vida. Têm tudo quanto possamos imaginar. Deixei de ter que recorrer a Jerusalém para obter as cópias das novas publicações inexistentes em Lisboa e que os nossos orçamentos nêm querem ver por perto. Mas ao mesmo tempo, senti-me pela primeira vez uma europeia deslocada, com poucas coisas com que sentisse alguma afinidade. Até a religião passou a ser um "issue". Salvaram-me a Graça e a Estela... duas outras portuguesas, mais histórias para contar. É uma experiência e tanto, daquelas onde contamos as coisas fabulosas a par da ingratidão de algumas outras, mas onde queremos sempre voltar. É por causa desta dicotomia que decidi escrever... quero ver se sou capaz de compreender o que me rodeia, se ao mesmo tempo me sinto responsável por avançar com a minha pesquisa tendo um sítio onde possa berrar a plenos pulmões: "Acabei mais um capítulo", ou chorar as mágoas de me dizerem: "refaz que está incompreensível".
Daqui a uns tempos farei o balanço desta experiência. Se existirem por aí outros bolseiros em situações de desterro como esta, que tal trocarmos histórias? É bem mais divertido!