Monday, September 18, 2006

depois da tempestade vem a bonança

É verdade... mais uma vez o tempo do Connecticut mostrou a sua vitalidade: na sexta estava um temporal desfeito e no sábado acordámos com um sol lindo que fez com que as temperaturas voltassem a prometer um verãozito...
Sabe tão bem.... mesmo quando se está dentro da biblitoeca. É que assim podemos ver o sol enquanto trabalhamos e não se tem tanto a sensação de claustrofobia causada pelo facto de passarmos dia após dias fechados no mesmo sítio.

Isto tudo para não ter que pensar em coisas sérias. Tenho que começar a escrever a sério, mas preciso de planear com detalhe o programa da tese. Será que alguém já percebeu que 1800 anos é um caminho muito longo e que, como humana que sou, preciso de ajuda para delimitar o âmbito do trabalho? De que me serve estar a trabalhar apocalíptica medieval se ainda me falta Sto. Agostinho? Será que alguém me responde ou me ouve quando faço este tipo de perguntas?

Monday, September 11, 2006

amigos procuram-se

não sei... o dia começou mesmo bem... nem sequer tive a nota horrível que achei que ia ter a alemão, e provavelmente consegui com quem dividir quarto em Washington, mas mesmo assim, há coisas que despertam em nós aquilo que temos de pior.
estarmos longe daquilo que costumava ser o nosso quotidianos dá-nos uma perspectiva diferente. é certamente deformada, mas de certa maneira acho que pode ser considerada como mais objectiva na medida em que estamos a ver as coisas de longe.
eu sei que tenho péssimo feito, sou insustentável 99% das vezes, mas ao mesmo tempo até sou boa rapariga e acho que sou bem formada e amiga dos meus amigos.
no entanto, há dias em que não aguento a pressão e a coisa rebenta para todos os lados. só que todas as pessoas que me conhecem sabem que é assim... daí que eu pergunte: para que é que me espicaçam?
estou longe, os amigos também, e eu preciso deles... mas lá está, mesmo que eles por aqui estivessem eu ia ser um porco-espinho de espinhos em riste. Porque há que nos mantermos fiéis a nós próprios: neste caso, ser mais dura do que a pedra, insensível até onde for possível, um gigante de força... o problema é que pouca gente se aperceba da fragilidade deste Adamastor. Mea culpa

Sunday, September 10, 2006

a dor de cabeça de um mundo a dois tempos

a certa altura já não temos bem a certeza do que é que na realidade se está a passar. somos nós que nos tornámos inflexíveis ou o mundo que mudou e não nos apercebemos? se calhar, a resposta mais simples é que as duas coisas aconteceram.
desculpem... mas hoje estou a pensar demais. há coisas que não consigo compreender, como por exemplo, porque insistem as pessoas nos erros do costume quando já viram que são erros? teimosia? incapacidade de aceitar? não querem ver? que raio... isto deixa-me furiosa, incapaz de controlar a língua e acabo a dizer coisas que não quero. o que na realidade me deixa louca é que para os outros está tudo bem.
há dias em que acho que a distância me faz ver as coisas de maneira diferente, que sou eu que mudei e que já não consigo sentir-me confortável no meu mundo anterior. pois talvez tudo isto seja verdade, mas também é verdade que o mundo não pára e que é necessário estarmos constantemente a adaptarmo-nos. talvez seja por isso que dou em louca cada vez que estou em lisboa e preciso de uma biblioteca ao fim-de-semana, ou de um livro específico e não consigo. além desta constatação de factos, da exequidadade dos nossos recursos, fico também chocada com a lentidão de tudo, com a maneira como se deixam andar as coisas, como não se pode sacrificar o que quer que seja em prol de um objectivo. em suma, como não há objectivos. isso assusta-me.
como é que se pode viver desta maneira? onde só o dia de hoje conta? não sei... é contra a minha natureza, contra a minha maneira de estar. talvez por isso seja melhor manter-me deste lado do oceano pelos tempos mais próximos.
estou cansada de lutar contra gigantes... é que já não há d. quixotes como antigamente... os de hoje gastam as pilhas rapidamente, e os que continuam são rotulados de loucos, teimosos, etc.